A segunda oficina do GESTAR II em Guajará-Mirim/RO foi realizada no dia 02/06/09, na sala de vídeo da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Simon Bolívar.
TEMA DA OFICINA: “ OS TIPOS TEXTUAIS E A INTERRELAÇÃO ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS”.
TEMA DA OFICINA: “ OS TIPOS TEXTUAIS E A INTERRELAÇÃO ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS”.
PARTE 1: OS TIPOS TEXTUAIS.
Objetivos::
1- Caracterizar sequências tipológicas narrativas e descritivas;
2- Caracterizar sequências tipológicas injuntivas e preditivas;
3- Caracterizar sequências tipológicas expositivas e argumentativas como dois aspectos do tipo dissertativo.
Inicialmente, apresentamos algumas características dos textos narrativos, descritivos, injuntivas e preditivas, destacando que:
O tipo narrativo apóia-se em fatos, personagens, tempo e espaço. Relata mudanças de estado entre os fatos ou episódios, seja marcando essas mudanças nos tempos verbais ou não. Além disso, há uma relação de anterioridade e posterioridade entre os fatos narrados e, frequentemente, esses fatos mantêm entre si uma relação de causa e efeito. Por isso, muitas vezes, a ordem em que se enuncia os fatos é relevante para a sequência narrativa.
Apresentamos o seguinte exemplo:
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.
Observamos que o tipo descritivo enumera aspectos, físicos ou psicológicos, em simultaneidade.
Nenhum dos fatos, ou informações, é necessariamente anterior a outro. Por isso, a inversão na ordem dos enunciados não altera a “imagem” que a descrição constrói.
Apresentamos o seguinte exemplo:
CIDADEZINHA QUALQUER
Casas entre bananeiras
Observamos que o tipo descritivo enumera aspectos, físicos ou psicológicos, em simultaneidade.
Nenhum dos fatos, ou informações, é necessariamente anterior a outro. Por isso, a inversão na ordem dos enunciados não altera a “imagem” que a descrição constrói.
Apresentamos o seguinte exemplo:
CIDADEZINHA QUALQUER
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
Explicamos que as sequências tipológicas injuntivas ou instrucionais têm por objetivo instruir o leitor/ ouvinte sobre alguma coisa. Por isso, as formas verbais mais frequentemente empregadas estão no modo imperativo.
Explicamos que, por delicadeza, para utilizar uma linguagem mais polida, a intenção de ordem pode ser expressa por perguntas ou por incentivos a alguma ação. O importante é que sequências instrucionais caracterizam-se por fazer o interlocutor executar alguma ação.
Destacamos também que a ordenação das ações pode ser relevante e a sequenciação entre os enunciados pode corresponder a uma conexão necessária entre os atos a executar.
Exemplificamos essa tipologia textual com a exposição de uma receita.
Para caracterizar os textos preditivos, apresentamos como exemplo um mapa com previsão da metereologia, destacando que as sequências preditivas têm por objetivo fazer o leitor/ouvinte acreditar em um estado de coisas que ainda está para acontecer. Por isso, predominam os verbos nos tempos futuros e os conectores lógicos não são importantes. Pode-se perceber, formalmente, uma semelhança com a descrição de uma situação futura: uso de verbos de estado e de frases nominais.
Enfim, enfatizamos que, como acontece com os demais tipos textuais, o mais frequente é a ocorrência das sequências instrucionais e preditivas mescladas a outros tipos textuais, muitas vezes como parte de outros tipos predominantes.
Na sequência, apresentamos os principais princípios da textualidade, destacando os seguintes elementos:
1. A coesão textual;
2. A coerência;
3. A aceitabilidade;
4. A informatividade;
5. A intencionalidade;
6. A intertextualidade;
7. A situacionalidade.
Explicamos que os dois primeiros referem-se aos elementos linguísticos e conceituais do texto; os cinco últimos, ao aspecto pragmático do processo comunicativo.
Para melhor contextualizar os princípios apresentamos, ouvimos e cantamos a música “Debaixo dos caracóis de seus cabelos... de Roberto Carlos”.
Depois de uma prévia discussão em grupo, prosseguimos explicando de forma mais detalhada, a partir das concepções de teóricos da Lingüística Textual, os seguintes elementos:
1. A COESÃO TEXTUAL: é o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos lingüísticos presentes na superfície textual se encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos. (Koch, 2006).
2. A COERÊNCIA TEXTUAL: a coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos. Ela é o resultado de uma construção feita pelos interlocutores, numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma série de fatores de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional. (Koch, 2006).
Para explicar os elementos “coesão e coerência, apresentamos o texto poético: “A pesca” de Affonso Romano de Sant’Anna. Destacamos que, no texto não há elementos coesivos. No entanto, há coerência em função de uma sequência temporal depreendida não só da ordem em que foram colocados os substantivos, mas da escolha de vocábulos de campos semânticos relacionados à pesca.
PARTE 2: A INTERRELAÇÃO ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
OBJETIVOS:
— 1- Identificar as diferenças e semelhanças na organização dos textos utilizados em diversos contextos de uso linguístico;
— 2- Relacionar gêneros textuais e competência sociocomunicativa;
— 3- Identificar características que levam à classificação de um gênero textual.
Explicamos que os critérios de definição para gêneros textuais incluem, além do plano composicional – ou das estruturas linguísticas –, fatores “exteriores” ao texto: os objetivos, os interlocutores, as relações sociais entre eles, a formalidade e as exigências da situação, etc. Esses fatores são historicamente construídos e , apesar da aparente liberdade na construção dos gêneros, o falante mais atende a “direcionamentos” culturais para suas escolhas do que faz, de fato, valer seu arbítrio.
Posteriormente, os tipos textuais, definidos pela predominância das características linguísticas, compõem o plano composicional dos gêneros: aparecem na forma de organização do texto. Podem servir também como parte da classificação dos gêneros quando são necessários ou ocorrem com muita frequência em um ou outro.
Finalizando, as explicações teóricas, destacamos ainda os seguintes aspectos:
1. INTERGENERICIDADE: os gêneros se imbricam e interpenetram para constituírem novos gêneros. Ou ainda quando um gênero assume a função ou a forma de outro, tendo em vista o propósito da comunicação. Exemplo: o gênero epígrafe pode ser constituído de um poema, uma frase, um conto. O que vai fazer com que seja considerado uma epígrafe é o lugar em que o texto aparece.
2. HETEROGENEIDADE TIPOLÓGICA: um gênero com a presença de vários tipos textuais. Como já antes dito, em um gênero podem estar presentes diferentes tipos de textos: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, entre outros.
3. INTERTEXTUALIDADE: um texto que resgata textos anteriores (de conteúdo e/ou tipológica). É comum no processo de escrita escrevermos um texto recorrendo a outro(s) texto(s). A intertextualidade pode ser explícita, quando há citação da fonte do texto primário, como ocorre nos discursos relatados, nas citações, nos resumos e implícita sem citação expressa da fonte, cabendo ao leitor recuperá-la para construir o sentido do texto. Esse recurso é muito usado na publicidade, no humor, na canção popular...
4. TEXTO E INTERTEXTUALIDADE:
4.1 TEXTO – tecido: construção cultural que adquire um significado devido a um sistema de códigos e convenções.
4.2 INTERTEXTO – relação entre os diferentes textos que permitem que um texto derive seus significados de outros.
4.3 INTERTEXTUALIDADE - Conjunto das relações explícitas ou implícitas que um texto mantém com outros textos.
Interação entre o sentido de dois textos, permitindo a construção de um terceiro sentido.
A intertextualidade serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como esse fator interfere no nível de compreensão do texto.
5. SUPORTES: locais onde os gêneros são veiculados, como um jornal, um livro ou uma revista. O suporte é imprescindível para que o gênero circule na sociedade. O suporte não determina o gênero, mas esse exige um suporte especial. Segundo Marcuschi (2008), “entendemos como suporte de gênero um lócus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente materializado como texto”. Exemplos: outdoor, encarte, folder, luminosos, embalagens etc.
6. MECANISMOS LINGUÍSTICOS: marcas linguísticas mais ou menos estereotipadas identificáveis em cada gênero. São marcas, muitas vezes, historicamente, construídas nas práticas sociais que têm características próprias tanto na fala como na escrita. Exemplos: “Era uma vez...” (abertura de narrativa); “Prezado amigo” (começo de uma carta); “Atenção” (aviso).
7. DOMÍNIOS DISCURSIVOS: contextos e situações (cenários) para as práticas sociodiscursivas. Constituem práticas discursivas nas quais podemos identificar os gêneros textuais próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder (MARCUSCHI, 2008).
AS ATIVIDADES PRÁTICAS:
O texto poético “A pesca” e de Affonso Romano de Sant’Anna, foi a base para as atividades práticas. Propusemos as seguintes atividades:
1. Formar grupos:
1. Reescrever o texto em:
— Prosa narrativa
— Prosa descritiva
— Prosa injuntiva
— Prosa preditiva
Abaixo, apresentamos os textos produzidos pelos grupos:
Prosa injuntiva:
A pesca
Pedro, olhe para cima e veja o anil maravilhoso que cobre o céu! Você não acha perfeito para uma pescaria? Veja também este azul do mar, as espumas e o silêncio maravilhoso destas águas.
Depressa, não perca tempo, pegue o anzol, a linha, a isca e solte a âncora. Vamos atrás desses peixes antes que chegue o pôr-do-sol.
Cursistas:
Deanny da Silva Brito.
Silvana Maria M. Cruz.
Antonieta Batista de Lima.
Prosa preditiva:
A pesca
Com o azul anil do céu, um bom anzol e o silêncio da beira do rio farás uma bela pescaria. Cuidado! Ao manusear a agulha verticalmente poderás ferir-se e dificultarás assim sua pescaria. O mergulho da linha na água espumosa, causada pela turbulência dos barcos, poderá espantar os peixes. Mas, a âncora ancorará o tempo para que o peixe venha abrindo a água, abocanhando o anzol que lhe abrirá chagas...
Cursistas:
Elza Moreira Alves.
Darlene Mendes Ribeiro.
Neuza Cão Costa.
Arcênia B.Abiorana Pimentel.
Prosa narrativa:
O peixe nadava calmamente no silêncio do mar azul, azul cor de anil.
Repentinamente, um anzol penetra-lhe à boca indo até a garganta, furando como uma agulha. Sentindo muita dor, ele mergulha verticalmente, fugindo de seu predador. Com isso, o mar se agita gerando espumas que se misturam à aflição do peixe.
Nesse momento, abre-se a água, o peixe surge estabanado, abre-se o anzol, causando um rasgão. Chaga aberta, cai o peixe na areia clara.
Cursistas:
Edna Costa S. Ramos.
Roberta C. Rocha.
Altina Maria P. Souza.
Ilcivan C. S. Martins.
Prosa descritiva:
O céu hoje está de um azul intenso, aproveito o silêncio reinante, o tempo que tem todas as indicações de “bom pra peixe”, escolho o lugar, giro minha 0,60 novinha e lanço, a agulha, vertical voa, cai e mergulha, a linha brilha ao sol e a água espuma, espero, espero, o tempo passa, porém, tenho paciência, o peixe começa a beliscar, sinto a linha ser arrastada, deixo o peixe levar, agora que ele está se achando “ dono da situação”, é hora de dar aquele puxão. Puxão este que fará com que o anzol engate no rasgão que fatalmente ocorrerá, puxando com rapidez, força e habilidade ele vem se agitando na água, todo estabanado, agora diante dos meus olhos, do olhar brilhante do sol, suas escamas brilham sobre a areia, reluzindo inerte, tiro o anzol, preparo e lanço novamente, é chegada a vez de mais outro paciente ritual.
Cursistas:
Adriana G. Muniz.
Jennysser Maria Silva Rodrigues.
Sandra Regina P. Santiago.
Lana Martinez Palhares.
Maria Moreira da Cruz.
Luzia Ribeiro Perdriel.
Prosa narrativa:
Numa bela manhã ensolarada João e Maria saíram para pescar às margens do Rio Mamoré. Sob um belíssimo céu azul organizaram seus materiais de pesca como: anzol, linha e iscas vivas entre outras começaram a tão esperada e desejada pescaria que fora planejada há muito tempo. Foram momentos maravilhosos passados juntos, pois durante um mergulho e outro da linha no rio calmo e espumante, ficaram em silêncio a espera do peixe. Foi quando num dado momento Maria tem uma reação:
- Há, há, há! Ajude-me João!
- O que houve?
- Peguei um peixe imenso.
- Até que enfim!
- Tire o anzol da garganta do peixe.
Por um bom momento só houve alegria. João tirou o anzol do peixe, trataram e assaram numa pequna pascana sobre a areia branca e esperaram o pôr-do-sol e voltaram satisfeitos ao seu lar.
Cursistas:
Maria José C. S. Nicolau.
Sônia dos Santos.
Marinelson Soares de Oliveira.
Sirlene Serafim Rodrigues.
Izabel Cristina V. Moreira.
Prosa descritiva:
A pesca
A pesca é uma atividade esportiva e prazerosa, onde as pessoas se divertem.
O tempo é o fator primordial para realização de pescaria, devendo estar ensolarado e silencioso.
Para executar uma pescaria é necessário os seguintes materiais: anzol, linha, agulha, isca, etc.
Assim, para pescar (peixes), as pessoas precisam de muita paciência e concentração.
Então, faz-se necessário usos de técnicas e habilidades para fisgar o peixe como: o anzol engatar na boca do peixe e dar o arranque final.
Após a realização da pescaria é só comemorar com uma boa caldeirada feita pelo mestre cuca.
Cursistas:
Marizelda M. Barboza.
Maria Mônica Z. S. Biavatti.
Evanilce Ribeiro.
Maria da Conceição C. Lima.
Após leitura dos textos produzidos, encerramos a oficina com aoresentação da seguinte mensagem:
“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres: trouxeste a chave? “
Carlos Drummond de Andrade.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
Explicamos que as sequências tipológicas injuntivas ou instrucionais têm por objetivo instruir o leitor/ ouvinte sobre alguma coisa. Por isso, as formas verbais mais frequentemente empregadas estão no modo imperativo.
Explicamos que, por delicadeza, para utilizar uma linguagem mais polida, a intenção de ordem pode ser expressa por perguntas ou por incentivos a alguma ação. O importante é que sequências instrucionais caracterizam-se por fazer o interlocutor executar alguma ação.
Destacamos também que a ordenação das ações pode ser relevante e a sequenciação entre os enunciados pode corresponder a uma conexão necessária entre os atos a executar.
Exemplificamos essa tipologia textual com a exposição de uma receita.
Para caracterizar os textos preditivos, apresentamos como exemplo um mapa com previsão da metereologia, destacando que as sequências preditivas têm por objetivo fazer o leitor/ouvinte acreditar em um estado de coisas que ainda está para acontecer. Por isso, predominam os verbos nos tempos futuros e os conectores lógicos não são importantes. Pode-se perceber, formalmente, uma semelhança com a descrição de uma situação futura: uso de verbos de estado e de frases nominais.
Enfim, enfatizamos que, como acontece com os demais tipos textuais, o mais frequente é a ocorrência das sequências instrucionais e preditivas mescladas a outros tipos textuais, muitas vezes como parte de outros tipos predominantes.
Na sequência, apresentamos os principais princípios da textualidade, destacando os seguintes elementos:
1. A coesão textual;
2. A coerência;
3. A aceitabilidade;
4. A informatividade;
5. A intencionalidade;
6. A intertextualidade;
7. A situacionalidade.
Explicamos que os dois primeiros referem-se aos elementos linguísticos e conceituais do texto; os cinco últimos, ao aspecto pragmático do processo comunicativo.
Para melhor contextualizar os princípios apresentamos, ouvimos e cantamos a música “Debaixo dos caracóis de seus cabelos... de Roberto Carlos”.
Depois de uma prévia discussão em grupo, prosseguimos explicando de forma mais detalhada, a partir das concepções de teóricos da Lingüística Textual, os seguintes elementos:
1. A COESÃO TEXTUAL: é o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos lingüísticos presentes na superfície textual se encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos. (Koch, 2006).
2. A COERÊNCIA TEXTUAL: a coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos. Ela é o resultado de uma construção feita pelos interlocutores, numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma série de fatores de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional. (Koch, 2006).
Para explicar os elementos “coesão e coerência, apresentamos o texto poético: “A pesca” de Affonso Romano de Sant’Anna. Destacamos que, no texto não há elementos coesivos. No entanto, há coerência em função de uma sequência temporal depreendida não só da ordem em que foram colocados os substantivos, mas da escolha de vocábulos de campos semânticos relacionados à pesca.
PARTE 2: A INTERRELAÇÃO ENTRE GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS
OBJETIVOS:
— 1- Identificar as diferenças e semelhanças na organização dos textos utilizados em diversos contextos de uso linguístico;
— 2- Relacionar gêneros textuais e competência sociocomunicativa;
— 3- Identificar características que levam à classificação de um gênero textual.
Explicamos que os critérios de definição para gêneros textuais incluem, além do plano composicional – ou das estruturas linguísticas –, fatores “exteriores” ao texto: os objetivos, os interlocutores, as relações sociais entre eles, a formalidade e as exigências da situação, etc. Esses fatores são historicamente construídos e , apesar da aparente liberdade na construção dos gêneros, o falante mais atende a “direcionamentos” culturais para suas escolhas do que faz, de fato, valer seu arbítrio.
Posteriormente, os tipos textuais, definidos pela predominância das características linguísticas, compõem o plano composicional dos gêneros: aparecem na forma de organização do texto. Podem servir também como parte da classificação dos gêneros quando são necessários ou ocorrem com muita frequência em um ou outro.
Finalizando, as explicações teóricas, destacamos ainda os seguintes aspectos:
1. INTERGENERICIDADE: os gêneros se imbricam e interpenetram para constituírem novos gêneros. Ou ainda quando um gênero assume a função ou a forma de outro, tendo em vista o propósito da comunicação. Exemplo: o gênero epígrafe pode ser constituído de um poema, uma frase, um conto. O que vai fazer com que seja considerado uma epígrafe é o lugar em que o texto aparece.
2. HETEROGENEIDADE TIPOLÓGICA: um gênero com a presença de vários tipos textuais. Como já antes dito, em um gênero podem estar presentes diferentes tipos de textos: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, entre outros.
3. INTERTEXTUALIDADE: um texto que resgata textos anteriores (de conteúdo e/ou tipológica). É comum no processo de escrita escrevermos um texto recorrendo a outro(s) texto(s). A intertextualidade pode ser explícita, quando há citação da fonte do texto primário, como ocorre nos discursos relatados, nas citações, nos resumos e implícita sem citação expressa da fonte, cabendo ao leitor recuperá-la para construir o sentido do texto. Esse recurso é muito usado na publicidade, no humor, na canção popular...
4. TEXTO E INTERTEXTUALIDADE:
4.1 TEXTO – tecido: construção cultural que adquire um significado devido a um sistema de códigos e convenções.
4.2 INTERTEXTO – relação entre os diferentes textos que permitem que um texto derive seus significados de outros.
4.3 INTERTEXTUALIDADE - Conjunto das relações explícitas ou implícitas que um texto mantém com outros textos.
Interação entre o sentido de dois textos, permitindo a construção de um terceiro sentido.
A intertextualidade serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como esse fator interfere no nível de compreensão do texto.
5. SUPORTES: locais onde os gêneros são veiculados, como um jornal, um livro ou uma revista. O suporte é imprescindível para que o gênero circule na sociedade. O suporte não determina o gênero, mas esse exige um suporte especial. Segundo Marcuschi (2008), “entendemos como suporte de gênero um lócus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente materializado como texto”. Exemplos: outdoor, encarte, folder, luminosos, embalagens etc.
6. MECANISMOS LINGUÍSTICOS: marcas linguísticas mais ou menos estereotipadas identificáveis em cada gênero. São marcas, muitas vezes, historicamente, construídas nas práticas sociais que têm características próprias tanto na fala como na escrita. Exemplos: “Era uma vez...” (abertura de narrativa); “Prezado amigo” (começo de uma carta); “Atenção” (aviso).
7. DOMÍNIOS DISCURSIVOS: contextos e situações (cenários) para as práticas sociodiscursivas. Constituem práticas discursivas nas quais podemos identificar os gêneros textuais próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder (MARCUSCHI, 2008).
AS ATIVIDADES PRÁTICAS:
O texto poético “A pesca” e de Affonso Romano de Sant’Anna, foi a base para as atividades práticas. Propusemos as seguintes atividades:
1. Formar grupos:
1. Reescrever o texto em:
— Prosa narrativa
— Prosa descritiva
— Prosa injuntiva
— Prosa preditiva
Abaixo, apresentamos os textos produzidos pelos grupos:
Prosa injuntiva:
A pesca
Pedro, olhe para cima e veja o anil maravilhoso que cobre o céu! Você não acha perfeito para uma pescaria? Veja também este azul do mar, as espumas e o silêncio maravilhoso destas águas.
Depressa, não perca tempo, pegue o anzol, a linha, a isca e solte a âncora. Vamos atrás desses peixes antes que chegue o pôr-do-sol.
Cursistas:
Deanny da Silva Brito.
Silvana Maria M. Cruz.
Antonieta Batista de Lima.
Prosa preditiva:
A pesca
Com o azul anil do céu, um bom anzol e o silêncio da beira do rio farás uma bela pescaria. Cuidado! Ao manusear a agulha verticalmente poderás ferir-se e dificultarás assim sua pescaria. O mergulho da linha na água espumosa, causada pela turbulência dos barcos, poderá espantar os peixes. Mas, a âncora ancorará o tempo para que o peixe venha abrindo a água, abocanhando o anzol que lhe abrirá chagas...
Cursistas:
Elza Moreira Alves.
Darlene Mendes Ribeiro.
Neuza Cão Costa.
Arcênia B.Abiorana Pimentel.
Prosa narrativa:
O peixe nadava calmamente no silêncio do mar azul, azul cor de anil.
Repentinamente, um anzol penetra-lhe à boca indo até a garganta, furando como uma agulha. Sentindo muita dor, ele mergulha verticalmente, fugindo de seu predador. Com isso, o mar se agita gerando espumas que se misturam à aflição do peixe.
Nesse momento, abre-se a água, o peixe surge estabanado, abre-se o anzol, causando um rasgão. Chaga aberta, cai o peixe na areia clara.
Cursistas:
Edna Costa S. Ramos.
Roberta C. Rocha.
Altina Maria P. Souza.
Ilcivan C. S. Martins.
Prosa descritiva:
O céu hoje está de um azul intenso, aproveito o silêncio reinante, o tempo que tem todas as indicações de “bom pra peixe”, escolho o lugar, giro minha 0,60 novinha e lanço, a agulha, vertical voa, cai e mergulha, a linha brilha ao sol e a água espuma, espero, espero, o tempo passa, porém, tenho paciência, o peixe começa a beliscar, sinto a linha ser arrastada, deixo o peixe levar, agora que ele está se achando “ dono da situação”, é hora de dar aquele puxão. Puxão este que fará com que o anzol engate no rasgão que fatalmente ocorrerá, puxando com rapidez, força e habilidade ele vem se agitando na água, todo estabanado, agora diante dos meus olhos, do olhar brilhante do sol, suas escamas brilham sobre a areia, reluzindo inerte, tiro o anzol, preparo e lanço novamente, é chegada a vez de mais outro paciente ritual.
Cursistas:
Adriana G. Muniz.
Jennysser Maria Silva Rodrigues.
Sandra Regina P. Santiago.
Lana Martinez Palhares.
Maria Moreira da Cruz.
Luzia Ribeiro Perdriel.
Prosa narrativa:
Numa bela manhã ensolarada João e Maria saíram para pescar às margens do Rio Mamoré. Sob um belíssimo céu azul organizaram seus materiais de pesca como: anzol, linha e iscas vivas entre outras começaram a tão esperada e desejada pescaria que fora planejada há muito tempo. Foram momentos maravilhosos passados juntos, pois durante um mergulho e outro da linha no rio calmo e espumante, ficaram em silêncio a espera do peixe. Foi quando num dado momento Maria tem uma reação:
- Há, há, há! Ajude-me João!
- O que houve?
- Peguei um peixe imenso.
- Até que enfim!
- Tire o anzol da garganta do peixe.
Por um bom momento só houve alegria. João tirou o anzol do peixe, trataram e assaram numa pequna pascana sobre a areia branca e esperaram o pôr-do-sol e voltaram satisfeitos ao seu lar.
Cursistas:
Maria José C. S. Nicolau.
Sônia dos Santos.
Marinelson Soares de Oliveira.
Sirlene Serafim Rodrigues.
Izabel Cristina V. Moreira.
Prosa descritiva:
A pesca
A pesca é uma atividade esportiva e prazerosa, onde as pessoas se divertem.
O tempo é o fator primordial para realização de pescaria, devendo estar ensolarado e silencioso.
Para executar uma pescaria é necessário os seguintes materiais: anzol, linha, agulha, isca, etc.
Assim, para pescar (peixes), as pessoas precisam de muita paciência e concentração.
Então, faz-se necessário usos de técnicas e habilidades para fisgar o peixe como: o anzol engatar na boca do peixe e dar o arranque final.
Após a realização da pescaria é só comemorar com uma boa caldeirada feita pelo mestre cuca.
Cursistas:
Marizelda M. Barboza.
Maria Mônica Z. S. Biavatti.
Evanilce Ribeiro.
Maria da Conceição C. Lima.
Após leitura dos textos produzidos, encerramos a oficina com aoresentação da seguinte mensagem:
“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres: trouxeste a chave? “
Carlos Drummond de Andrade.
Lista de frequência:
NOME DOS CURSISTA
Lana Martinez Palhares
Izabel Cristina V. Moreira
Jennysser Maria Silva Rodrigues
Luzia Ribeiro Perdriel
Darlene Mendes Ribeiro
Maria da Conceição C. Lima
Evanilce Ribeiro
Altina Maria P. Souza
Arsênia B.Abiorana Pimentel
Neuza Cão Costa
Sônia dos Santos
Sirlene Serafim Rodrigues
Silvana Maria M. Cruz
Deane da Silva Brito
Maria José C. S. Nicolau
Ilcivan C. S. Martins
Edna Costa S. Ramos
Elza Moreira Alves
Marizelda M. Barboza
Antonieta Batista de Lima
Sandra Regina P. Santiago
Roberta C. Rocha
Maria Moreira da Cruz
Maria Mônica Z. S. Biovatti
Marinelson Soares de Oliveira
Adriana G. Muniz
Lana Martinez Palhares
Izabel Cristina V. Moreira
Jennysser Maria Silva Rodrigues
Luzia Ribeiro Perdriel
Darlene Mendes Ribeiro
Maria da Conceição C. Lima
Evanilce Ribeiro
Altina Maria P. Souza
Arsênia B.Abiorana Pimentel
Neuza Cão Costa
Sônia dos Santos
Sirlene Serafim Rodrigues
Silvana Maria M. Cruz
Deane da Silva Brito
Maria José C. S. Nicolau
Ilcivan C. S. Martins
Edna Costa S. Ramos
Elza Moreira Alves
Marizelda M. Barboza
Antonieta Batista de Lima
Sandra Regina P. Santiago
Roberta C. Rocha
Maria Moreira da Cruz
Maria Mônica Z. S. Biovatti
Marinelson Soares de Oliveira
Adriana G. Muniz
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